quarta-feira, 24 de março de 2010

"Barrios" (concerto para corpo e violão) EM 23/02/09

Encontramos o poema "Eu" da poetisa portuguesa Florbela Espanca.
Acreditamos que qualificava a personagem.
A personagem, tangida pelas qualidades descritas em "Eu", mostrava seu choro de lamento da vida.



EU SOU A QUE NO MUNDO ANDA PERDIDA
EU SOU A QUE NA VIDA NÃO TEM NORTE,
SOU A IRMÃ DO SONHO, E DESTA SORTE
SOU A CRUCUFICADA... A DOLORIDA...

SOMBRA DE NÉVOA TÊNUE E ESVAECIDA,
E QUE O DESTINO AMARGO, TRISTE E FORTE,
IMPELE BRUTALMENTE PARA MORTE!
ALMA DE LUTO, SEMPRE INCOMPREENDIDA!...

SOU AQUELA QUE PASSA E NINGUÉM VÊ...
SOU A QUE CHAMAM TRISTE SEM O SER...
SOU A QUE CHORA SEM SABER PORQUÊ...

SOU TALVEZ A VISÃO QUE ALGUÉM SONHOU.
ALGUÉM QUE VEIO AO MUNDO PRA ME VER
E QUE NUNCA NA VIDA ME ENCONTROU!

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