RESULTADOS:
- Música: harmonia marcante, número limitado de acordes, contraste entre acordes de tensão e repouso.
- Dança: tensão muscular (contrações) no corpo todo, respiração intensa, desequilíbrio e fuga entrega ao chão por conta dele.
- Em cena ocorria improvisação a partir desses elementos explorados que ficaram estabelecidos. Os elementos escolhidos eram aqueles que transmitiam as mesmas sensações, tanto em relação aos estímulos quanto entre eles (som e movimento).
- O que se via em cena então era uma investigação aberta que remetia à carga psicológica do poema/estímulo.
ENTENDEU-SE, então, que a obra havia sido criada por ambos os artistas e que a questão da criação era coletiva, daí surgiu a questão dessa pesquisa: QUE RELAÇÃO FOI ESSA QUE ESTABELECEMOS?
Para responder essa pergunta decidimos primeiramente olhar para outras relações entre Dança e Música:
- Como é de conhecimento geral, a primeira dupla a desestabilizar a forma dessa relação foi Cunningham e Cage.
- Um artigo que lemos de Stephanie Jordam (1999, p. 52) já traz em seu título a frase “Libertar da música [...]”. Aqui fica claro que a dança, para esses artistas, já não era dependente da música, mas que existe muitas outras maneiras de combinar as duas linguagens.
- Como se sabe, no trabalho deles as linguagens se relacionavam (na maioria das vezes) pela estrutura de tempo, duração, algumas vezes só se conhecendo na hora da apresentação. Era uma relação de independência para cada umcriar a seu modo tendo a certeza que no momento da paresentação ambas gerariam uma interpretação mútua (tanto no espectador e entre os executantes).
NÓS, nos aproximamos do trabalho de Cage e Cunningham pela vontade de não correspondência direta entre som e movimento, mas nos singularizamos pois preferimos a ideia de que a obra possa ter seus elementos compostos simultaneamente e em conjunto.
- Concerto para corpo e violão comprova que o processo criativo foi vivenciado por ambos e os elementos foram surgindo juntos configurando uma nova forma de existência para o movimento e o som: simultânea, não subordinada e de expressão/manifestação indissociável. VEJA O SOM E OUÇA O CORPO!
NÓS pretendemos a independência das linguagens no sentido de não traduzirmos uma a outra.
ESSE PRIMEIRO TRABALHO faz entendermos que nos relacionamos a partir do que definimos para trabalhar: o estímulo é comum e gera ideias semelhantes a serem desenvolvidas no som e no movimento conjuntamente. Para o espectador ficará a experiência de ver e ouvir sem separação e por vezes confundindo esses sentidos (é isso que gostaríamos de alcançar).
domingo, 24 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
SOBRE A PESQUISA (escrito em maio/10)
COMO OCORREU A CRIAÇÃO (LEVANTANDO DADOS):
- 1° estímulo: Prelúdio em dó menor de Agustin Barrios. A escuta da obra causava as mesmas sensações em nós dois e então decidimos criar alguma coisa juntos para essa obra.
- 2° estímulo: Eu, poema de Florbela Espanca. Dava significação verbal às sensações da audição musical, pois possibilitava mais facilmente a construção de imagens (usadas como ferramentas na investigação).
- Decidimos, então, que movimentos e sons com características semelhantes às dos estímulos deveriam ser utilizados na criação.
- O levantamento do material começou primeiramente “em cima” do prelúdio e se expandiu para improvisações.
- A improvisação foi tida como recurso criativo mais justo para não se cair na subordinação entre as duas linguagens.
- Durante as improvisações a insistência se tornou um modo de exploração constante. Entendida não só como repetição, mas como fazer até o esgotamento dos movimentos e sons nas qualidades escolhidas.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
SOBRE A PESQUISA (escrito em maio/10)
APRESENTAÇÃO
O trabalho que estamos iniciando pretende compreender a relação entre Dança e Música no processo criativo compartilhado por nós (Priscila e Daniel).
Estamos começando a fazer isso a partir da análise dos procedimentos adotados na criação da obra Concerto para corpo e violão. Além disso, decidimos voltar a experimentá-la na prática e dessa forma ela foi aprofundada, “repaginada”.
Olhando, experimentando, conversando podemos conceituar a relação de compartilhamento na criação e como ela se constrói, trazendo maior confiança entre os envolvidos na criação e possibilitando a expansão dos procedimentos de criação/composição.
O trabalho que estamos iniciando pretende compreender a relação entre Dança e Música no processo criativo compartilhado por nós (Priscila e Daniel).
Estamos começando a fazer isso a partir da análise dos procedimentos adotados na criação da obra Concerto para corpo e violão. Além disso, decidimos voltar a experimentá-la na prática e dessa forma ela foi aprofundada, “repaginada”.
Olhando, experimentando, conversando podemos conceituar a relação de compartilhamento na criação e como ela se constrói, trazendo maior confiança entre os envolvidos na criação e possibilitando a expansão dos procedimentos de criação/composição.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Começando de novo...
depois de um bom tempo sem atividade conjunta alguma, começamos de novo.
agora para valer, com o incentivo do Programa de Iniciação Científica da FAP e orientação da Profª. Ms. Rosemeri Rocha.
retomamos o antigo trabalho, revisitando e dando continuidade.
o Concerto para Corpo e Violão agora téra 2 movimentos.
o novo movimento terá seu processo de criação detalhado aqui, como o anterior.
além disso, começaremos a compartilhar especificidades de cada área através de exercícios, ora propostos pelo Daniel ora pela Priscila, também faremos pesquisas bibliográficas que "conversem" com as nossas questões.
acompanhem.
agora para valer, com o incentivo do Programa de Iniciação Científica da FAP e orientação da Profª. Ms. Rosemeri Rocha.
retomamos o antigo trabalho, revisitando e dando continuidade.
o Concerto para Corpo e Violão agora téra 2 movimentos.
o novo movimento terá seu processo de criação detalhado aqui, como o anterior.
além disso, começaremos a compartilhar especificidades de cada área através de exercícios, ora propostos pelo Daniel ora pela Priscila, também faremos pesquisas bibliográficas que "conversem" com as nossas questões.
acompanhem.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Melodia - Daniel (10/02/10)
(escrito por daniel)
melodia:
movimento entre as notas musicais; de maneira horizontal, linha melódica.
Audição se dá quando ela se destaca entre os elementos.
audição primitiva da melodia:
movimento rítmico da melodia e a disposição dos intervalos causa esse tipo de audição.
ela aparece combinada com outros elementos (como ritmo).
ouvimos:
Baden - Canto de Ossanha
Moncayo - Huapango
Vivaldi - Verão presto
audição emotiva da melodia:
varia de pessoa para pessoa.
possíveis causas - disposição dos intervalos, dinâmicas e intensidades.
pode ser combinada com outros elementos (como harmonia e/ou letra).
ouvimos:
Baden - Apelo
Baden - Samba em Prelúdio
audição intelectual da melodia:
análise de sua estrutura, motivos, intervalos, harmonia, condução.
ouvimos:
Mozart - Sinfonia nº 40 (primeiro movimento)
Pachelbel - Cânone em ré
Charlie Parker - Groovin High
minha questão:
COMO SABER QUANDO É A MELODIA QUE ESTÁ EM DESTAQUE?
QUANDO ELA ISOLADA, PERMANECE IDENTIFICÁVEL.
melodia:
movimento entre as notas musicais; de maneira horizontal, linha melódica.
Audição se dá quando ela se destaca entre os elementos.
audição primitiva da melodia:
movimento rítmico da melodia e a disposição dos intervalos causa esse tipo de audição.
ela aparece combinada com outros elementos (como ritmo).
ouvimos:
Baden - Canto de Ossanha
Moncayo - Huapango
Vivaldi - Verão presto
audição emotiva da melodia:
varia de pessoa para pessoa.
possíveis causas - disposição dos intervalos, dinâmicas e intensidades.
pode ser combinada com outros elementos (como harmonia e/ou letra).
ouvimos:
Baden - Apelo
Baden - Samba em Prelúdio
audição intelectual da melodia:
análise de sua estrutura, motivos, intervalos, harmonia, condução.
ouvimos:
Mozart - Sinfonia nº 40 (primeiro movimento)
Pachelbel - Cânone em ré
Charlie Parker - Groovin High
minha questão:
COMO SABER QUANDO É A MELODIA QUE ESTÁ EM DESTAQUE?
QUANDO ELA ISOLADA, PERMANECE IDENTIFICÁVEL.
Audição (aspecto técnico) - propositor: Daniel (10/02/10)
(escrito por daniel)
audição musical (como um todo):
primitiva = algum elemento da peça musical dá um impulso automático que leva o corpo a uma movimentação inconsciente, independente de qualquer conotação figurativa ou não.
emotiva = a música é relacionada a uma emoção pessoal que leva o indivíduo a escutar a sua emoção mais que propriamente a música.
intelectual = a estrutura é levada em consideração, é apreciada.
audição musical (em partes):
- melodia
- ritmo
- harmonia
- letra (se tiver canção)
audição musical (como um todo):
primitiva = algum elemento da peça musical dá um impulso automático que leva o corpo a uma movimentação inconsciente, independente de qualquer conotação figurativa ou não.
emotiva = a música é relacionada a uma emoção pessoal que leva o indivíduo a escutar a sua emoção mais que propriamente a música.
intelectual = a estrutura é levada em consideração, é apreciada.
audição musical (em partes):
- melodia
- ritmo
- harmonia
- letra (se tiver canção)
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Conversa com a Gladis - EM 03/03/10
o que queremos?
- Queremos achar uma metodologia
- Encontrar/construir relação entre CONCEITOS
-o como "fazer" uma obra = processo
*o processo tem que ser COMPARTILHADO, ninguém se subordina, construimos juntos uma nova forma de ver/ouvir intrinseca.
possível caminho:
- dialogar sobre elementos e conceitos de cada área = especificidades
- experimentar na prática as relações encontradas (criar estratégias, experimentos diferenciados)
- construir processos e testá-los
- Queremos achar uma metodologia
- Encontrar/construir relação entre CONCEITOS
-o como "fazer" uma obra = processo
*o processo tem que ser COMPARTILHADO, ninguém se subordina, construimos juntos uma nova forma de ver/ouvir intrinseca.
possível caminho:
- dialogar sobre elementos e conceitos de cada área = especificidades
- experimentar na prática as relações encontradas (criar estratégias, experimentos diferenciados)
- construir processos e testá-los
quarta-feira, 31 de março de 2010
Conversa com a Cinthia Kunifas - EM 10/12/09
antes de sair de férias conversamos para ver a quantas andava nossa vontade de pesquisar, considerações sobre o primeiro trabalho feito e possíveis caminhos para continuar...
VOCABULÁRIO = o que você quer com isso?
* metodologia:
- relação de CONCEITOS
COMO = PROCESSO
COLABORAÇÃO
resultado esperado: OBRAS!!!!
{sem ESTRUTURA não é nada!}
sempre tem embasamento
sempre tem embasamento
reorganização - MÚSICA
MENOS É MAIS MENOS É MAIS MENOS É MAIS MENOS É MAIS
o que eu (priscila) ouço??????
- ritmo?
- melodia?
- harmonia?
- MANIFESTAR A ESCUTA
- EXPRESSAR A PERCEPÇÃO
- EXPRESSAR A PERCEPÇÃO
escuta musical (evolutiva):
corpo = ritmo
emoção = semiótico
intelectual = estrutura
(padrões - responder situações da mesma forma)
* SE PERMITIR ALTERAÇÕES *
- como ouvir, o que comunmente eu responderia com o corpo, com a emoção????
ESCOLHER AGIR!!!!!!!!!!!!!
- Como reagimos???
{não precisa ser dramático para emocionar} = sobre o concerto para corpo e violão
emocionar é relacionar com o público
SE OBSERVAR... O QUE ACONTECE?
ESCUTA
SE PERMITAM ERRAR, NÃO SABER, PARAR
problema priscila: como estou ouvindo????????????????
problema daniel: abrir mão, recorte
SEJA SIMPLES
ele não consegue olhar porque tem muita coisa acontecendo na música dele!
como você pode manifestar musicalmente o que simples?
decisivo.
Texto que usamos para inscrições - EM 30/09/09
A proposta é uma ligação híbrida de som e movimento.
Não se vê alguém dançando uma música, o que oferecemos é um concerto corporal.
Veja o som e ouça o corpo.
Os elementos surgem do que ambos dão (de "material") no momento do diálogo/experimentação, calcado na interpretação/expressão subjetiva de uma sensação, no caso gerada pelas tensões do "Prelúdio em C menor" de Barrios e o poema "Eu" de Florbela Espanca.
sexta-feira, 26 de março de 2010
após apresentar na V Mostra de dança da FAP, em 21/09/09
CONVERSA SOBRE TODOS QUE SE APRESENTARAM NO DIA:
- em que fase está?
- organizar o que mostrar;
- o artista quer falar, mas ainda não formulou artisticamente;
- O QUE É IMAGEM PRA MIM?
- observar que caminho está vibrando e ir a fundo!
- A QUESTÃO VEM ANTES, CONSTROI JUNTO OU SURGE DEPOIS?
SOBRE O NOSSO:
- peça pronta ou processo?
- SENSAÇÕES
- estrutura: insistência, desequilíbrio, tensão
INTERPRETAÇÃO, DRAMATICIDADE, SENSAÇÃO: achar a diferença, construir a nossa dramaturgia (conceitos, autores)
- CONTRAÇÕES DO CORPO LEMBRA CARGA PSICOLÓGICA
- uma pergunta: como o Dani desconstrói (na música) o que eu tenho desconstruído no corpo?
- em que fase está?
- organizar o que mostrar;
- o artista quer falar, mas ainda não formulou artisticamente;
- O QUE É IMAGEM PRA MIM?
- observar que caminho está vibrando e ir a fundo!
- A QUESTÃO VEM ANTES, CONSTROI JUNTO OU SURGE DEPOIS?
SOBRE O NOSSO:
- peça pronta ou processo?
- SENSAÇÕES
- estrutura: insistência, desequilíbrio, tensão
INTERPRETAÇÃO, DRAMATICIDADE, SENSAÇÃO: achar a diferença, construir a nossa dramaturgia (conceitos, autores)
- CONTRAÇÕES DO CORPO LEMBRA CARGA PSICOLÓGICA
- uma pergunta: como o Dani desconstrói (na música) o que eu tenho desconstruído no corpo?
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